Manifesto PT
Cultura, Partilha, Liberdade e Inclusão
Em 2023 o festival BAIRRO EM FESTA traz ao eixo Almirante Reis arte, cultura, diversidade, partilha, liberdade, inclusão e união à comunidade. Foram estas as palavras mais referidas quando perguntamos ao público, trabalhadores da cultura, parceiros e pessoas da comunidade envolvidas na última edição.
Entre 22 e 25 de Junho, o Largo do Intendente, o Campo dos Mártires da Pátria, o Quartel do Largo do Cabeço de Bola e o Goethe-Institut são o palco e a tela para um conjunto de eventos. São actividades de várias áreas artísticas programadas por uma rede de entidade culturais, da freguesia de Arroios, que, nesta edição, para acentuar ainda o lado bairrista e participativo ao festival, agrega propostas de um open call para artistas e criativos residentes neste bairro do eixo Almirante Reis. Um projecto local que convida o global e que continua a ter como linhas de programação a interculturalidade, a criação contemporânea, a inclusão social, a memória e a tradição, a cidadania e a participação, e a saúde mental.
Continuamos juntos a cuidar da cidade e, em particular, deste bairro-coração que tanto desenvolveu ao longo dos últimos anos graças à acção cultural e social que aqui habita.
Tal como habitual, partilhamos projectos que são criados para este festival e para os lugares que ocupamos. E assim nasce a exposição do colectivo de narrativas do Quartel com a obra “O que cá entrou não pode cá estar”, que apresenta uma ponte entre a narrativa e a ficção do Quartel do Largo do Cabeço de Bola, onde uma vida ligada à GNR deu lugar a uma curta mas intensa vida cultural de mais de uma centena de trabalhadores da cultura. “Muy Frágil III” de Patricia Campo, fala-nos dos lugares em extinção, assim como a exposição-debate “10 anos 10 Lugares” pelo Largo Residências que relembra a transformação de 10 edifícios emblemáticos do Largo do Intendente na última década. Entre o Intendente e o Quartel teremos mais uma dezena de exposições de vários criadores para visitar.
Do projecto Residências Refúgio, as várias práticas artísticas de inclusão social de pessoas em situação de refúgio trazem a cena várias criações participativas e comunitárias, como a gigante instalação “Casulos são Código” dirigida por R.T. Snott, entre o Quartel e o Campo dos Mártires da Pátria, a instalação “”Espaço de Permanência” coordenada por Daniela Chinchilla, e a performance musical das várias “Vozes Femininas do Mediterâneo” dirigidas pela artista Susana Travassos.
Na área do cinema, às habituais sessões do Doclisboa no Bairro, juntam-se o Cineclube Mutim e Cinema Negra Queer com filmes de David J. Amado.
Os espectáculos de música são sempre viagens inevitáveis a vários cantos do mundo para residentes em Arroios. E por isso saltamos, num mesmo dia e palco, do Baile e Músicas Ucranianas do Litá Band, ao Set de Músicas Latinas, e aterrando no tradicional Fado com a personalidade que Jonas Lopes traz ao grande concerto S. Jorge Batido com música e dança no grande palco que, este ano, regressa ao Largo do Intendente. Neste palco sobem também os Poetry Ensemble que convidam o grupo de músicos do Afeganistão “Not Forbidden”. O Intendente volta a receber o Jazz desta vez com o trio de Carlos Barretto, Pedro Branco e João Sousa que com a sua música improvisada visita temas conhecidos (e outros menos conhecidos) do reportório habitual de Marco Paulo. Por outros locais passam ainda os Guarda-Rios ( João Neves, Susana Nunes, Mariana Camacho), o grupo local Circular Vozes, o colectivo de música e poesia Sarau Delas, o Duo de Maia Balduz com Simão Bárcia, os ritmos quentes dos San La Muerte Cumbia e muitos outros a descobrir.
E como não só de música se faz o festival, o teatro está presente com o espectáculo “Simão Sólis” de Pedro Saavedra/ O Fim do Teatro, “Morada” de Catarina Aidos” e a performance das Manas “Ela amou para o Caralho”.
Os/as mais novos(as) têm um infindável número de ateliers pelos recintos do festival, bem como espectáculos pelos Takatum, Teatro Lupa, e Teatro Alternativo, festas e bailes multimédia com a Oficina Fritta, os Sons da Metamorfose, e contos com Elsa Serra, Sofia Freire d’Andrade entre outros(as).
São várias as técnicas que adultos podem explorar com os workshops criativos e sustentáveis BioLab Lisboa , Repair Café Lisboa , BLAB, mas também com as várias técnicas do projecto de mulheres migrantes do projecto local e multicultural Bandim.
O pensamento e questionamento é sempre uma marca do Bairro em Festa e por isso continuamos a debater o território pelos olhos de quem o vive, dos(as) mais velhos(as) ou mais novos(as), quer em formatos de debate, quer em lançamentos de publicações como é o caso do livro “10 anos 10 lugares”, ou do “Divertir A Mente”, criado pelos utentes do Centro de Dia N. Senhora dos Anjos, que criam o desafio aos mais jovens a reviver as brincadeiras da sua infância, mas também a conversa entre adultos a partir da visão das crianças no atelier “Janela para a Cidade”.
Há visitas pelo bairro, quer performativas pela mão da artista Francesca Bertozzi, quer percursos à Arte Urbana de Arroios com Hugo Cardoso pela Freguesia de Arroios, terminando com a visita guiada ao Quartel mais lindo da cidade com antigos GNR deste Quartel acompanhados por actuais artistas residentes. Uma visita inédita e única a esta ocupação-sonho que vai desaparecer este ano.
O festival continua a sua missão de com festa continuar a mostrar os múltiplos inícios e fins das zona da cidade onde a transformação urbana mais se fez sentir, mas onde também a riqueza humana supera e cura todas as feridas dessa mudança…dança…dança, em mais de 70 actividades por três recintos, com mais de 200 trabalhadores da cultura.
Este festival é uma iniciativa promovida pelo LARGO Residências, com o apoio institucional da Câmara Municipal de Lisboa, da EGEAC e da Junta de Freguesia de Arroios, em parceria com uma rede de entidades culturais locais.